Criar um programa de voluntariado não é fácil, mas pode ser mais simples do que se pensa. Há cinco aspetos fundamentais que um programa de voluntariado sólido tem de ter: Recrutamento, Formação e Integração, Gestão, Revisão do Programa e, claro, Reconhecimento.
Começo sempre com o Reconhecimento.
O Reconhecimento é o ar que os voluntários respiram. Sem ele, eles vão-se embora. Se só consegue fazer uma coisa bem, que seja reconhecer o trabalho dos seus voluntários! Deve estar presente em tudo o que faz, desde a criação de um anúncio de recrutamento até à forma como lida com um conflito de personalidade. Existem quatro formas gerais de demonstrar reconhecimento.
Ao ler próximos tópicos abaixo, pense em como pode demonstrar reconhecimento em cada etapa.
O aspeto seguinte é o recrutamento.
O recrutamento começa com a preparação. Quais são as tarefas que o voluntário terá de realizar? Quais são as competências e atitudes que o voluntário deve possuir e quais são as que podem ser objeto de formação? De quem é que está à procura exatamente? Quanto mais clara for a ideia que tem do tipo de pessoa que se adequa ao papel, maior será a probabilidade de a encontrar.
Depois de ter feito o trabalho de preparação, comece a espalhar a palavra: nas redes sociais, no seu website, através do chamado “passa-palavra”, e ao pedir aos seus voluntários atuais (eles podem ser os seus melhores embaixadores!). Quando as candidaturas começarem a chegar, marque entrevistas. Se possível, encontre-se com o(a) potencial voluntário(a), seja pessoalmente ou por videochamada. Ao ter contacto visual com a pessoa, formará uma opinião muito mais clara sobre o(a) candidato(a) do que a simples leitura de um currículo ou uma conversa ao telefone.
Escolha apenas os melhores. É melhor ter uma função para a qual não encontrou ninguém do que tê-la preenchida pela pessoa errada. O desespero para preencher uma função é uma das razões pelas quais muitos programas de voluntariado têm uma elevada taxa de rotatividade.
A formação e a integração são outra forma de aumentar a retenção.
Se um voluntário sentir que está a fazer um mau trabalho, vai-se embora. Os bons sistemas de integração e formação podem reforçar a autoestima do voluntário e facilitar a supervisão. Existem algumas formas de o fazer.
Segue-se a gestão do dia a dia.
Isto inclui tudo, desde a programação dos turnos até à melhoria da diversidade. Não é possível abordar esta questão num só artigo, mas aqui ficam algumas dicas.
Por último, faça uma revisão regular do programa.
Pelo menos uma vez por ano, reveja todos os aspetos do seu programa, desde o reconhecimento dado aos voluntários até à gestão. O que está a funcionar, o que não está? Que áreas podem ser melhoradas? Se tomar como referência o ponto em que se encontra atualmente e o comparar com a sua imagem de um programa de voluntariado "perfeito", pode traçar o seu progresso de um para o outro. Esta é a melhor maneira de melhorar continuamente o seu programa.
Como eu disse, criar um programa de voluntariado forte até pode ser simples, mas não é fácil. Se tiver uma ideia clara do que gostaria que o programa fosse, se o fizer passo a passo e se fizer um pouco todas as semanas, acabará por ter um programa de voluntariado que os outros quererão imitar. Boa sorte!