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10 questões que qualquer Gestor de Voluntariado deve perguntar a um potencial empregador!

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Como Líderes de Voluntários uma das nossas especialidades é (ou pelo menos devia ser) a habilidade para entrevistar alguém adequadamente.

  • Para colocar as questões certas
  • Para conseguir aquela camada extra de informação
  • Para conseguir determinar se o candidato se adequa ao seu projeto
  • Para salvaguardar os nossos programas
  • Para tirar o máximo de cada candidato

Com o passar dos anos eu já entrevistei literalmente milhares de pessoas e, se me permitem dizer, eu sou mesmo muito bom a fazê-lo! 

No entanto, recentemente eu tenho estado a pensar muito sobre as entrevistas a partir de um ângulo completamente diferente.

Esta linha de pensamento diferente nasceu a partir de uma série de discussões independentes que eu tive com outros gestores de voluntariado (GV) durante as minhas viagens, que conseguiram trabalhos em GV só para descobrir que afinal o que anúncio do trabalho prometia, não era correspondia ao trabalho que depois se tinha.

Claro, que na altura que muitos descobrem este facto entristecedor, já é demasiado tarde para voltar atrás. Eles já deram a sua palavra e já começaram uma nova aventura, e infelizmente para muitos, o novo trabalho que prometia tanto, é na verdade, um papel no qual faltam sempre recursos, se tem pouco apoio, se enfrenta vários conflitos culturais e se trabalha isolado(a). 

O cenário que tipicamente ocorre meses depois de se conseguir obter uma nova (mas insatisfatória) posição é geralmente algo como isto:

  • Felicidade e entusiasmo
  • Ah a sério? Não foi isso fui levado a acreditar?
  • Hmmm – OK, bem, eu ainda consigo solucionar isto!
  • Estás a brincar comigo!
  • OK – eu vou-me embora daqui

O que me leva ao meu ponto sobre entrevistar.

Eu penso que para demasiadas pessoas como nós, a oportunidade de trabalho numa nova agência, por uma nova causa e com novas pessoas muitas vezes nos retira o nosso sentido de senso comum. Leva-nos para um ponto onde nos transformamos, de alguma forma, em candidatos com os olhos a brilhar, ansiosos para começar, sem perguntarmos nem clarificarmos as questões e, demasiadas vezes, o resultado é baixarmos a nossa guarda.

A parte mais importante de qualquer entrevista, pelo menos para mim, é o ponto no processo onde o nosso potencial empregador coloca aquela questão fundamental

“Então, tem alguma questão que nos queira colocar?”

É nesta altura que nos precisamos de forçar a pensar para além das perguntas simples de clarificação como por exemplo qual será pacote de pagamento ou falar sobre os detalhes das nossas férias pré-planeadas que marcamos!

Porque é neste ponto da entrevista que NÓS podemos entrevistar também – e lembrem-se, nós somos bons nisso!

Então para vos facilitar a vida, eu preparei dez questões que eu acredito que TODOS nós devíamos colocar aos nossos potenciais empregadores durante o processo da entrevista, para garantir que o ambiente para o qual vamos entrar é realmente merecedor das competências que nós trazemos.

Então aqui estão (sem estar numa ordem particular)!

Questão 1 – Qual é a filosofia da sua agência sobre a utilização de voluntários?

Esta é uma pergunta bastante geral, mas o que tu estás a querer obter aqui é uma resposta que te dá alguma garantia que a agência que estás a tentar entrar tem uma posição bem pensada sobre as formas como os voluntários adicionam serviços e valor para a organização. Tu queres descobrir que os voluntários não são uma espécie de “extra”, mas que são um recurso humano planeado adequadamente dentro da organização.

Questão 2 – Como é que o apoio dos voluntários impacta a missão desta organização?

Esta é para dar mais um passo à frente, e se a resposta anterior não te levar a esta, você irá querer eles esclareçam a forma como o envolvimento dos voluntários ajuda a organização a conseguir a sua missão. Se eles não conseguirem mostrar isso de forma clara, então porventura, os voluntários são vistos como uma espécie de “extra” e não são vistos como uma parte fundamental da agência.

Questão 3 – Como é que medem o sucesso do envolvimento dos voluntários nesta agência?

Esta é muito importante. Se eles falarem apenas sobre o aumento do número de voluntários e as horas que eles oferecem pela simples razão de obterem mais voluntários e horas de voluntariado – fuja!!! A resposta deles, idealmente, deveria demonstrar que o envolvimento dos voluntários é medido a par com a missão da organização! Que estes dois fatores são inseparáveis.

Questão 4 – Têm objetivos claros sobre a forma como gostaria que o vosso programa de voluntariado crescesse?

Você irá esperar que esta resposta seja articulada de forma clara, especialmente á medida que eles vão fazendo a entrevista. No entanto, isso pode não ser o caso! Certifique-se que eles não estão simplesmente a implementar um processo de “substituição”, mas que têm ideias claras sobre o futuro do programa.

Questão 5 – Que recursos vocês alocam para esse crescimento?

Possivelmente, a questão mais importante de todas estas. Isto também é uma questão que surge como sequência à resposta anterior que eles lhe deram. Se eles estiverem a falar a sério sobre o crescimento e desenvolvimento do programa deles, eles não só saberão para que direção querem ir, mas também quais os recursos que eles dispõem para o conseguir! Se vais aceitar uma oferta deste grupo, então certifique-se, na medida do possível, que irás ter os recursos (financeiros, físicos e emocionais) que precisas.

Questão 6 – Esta agência toma em conta o contributo e o feedback dos voluntários e do departamento de voluntariado, para os processos de planeamento e de revisão? Por favor, explique?

Uma coisa é envolver os voluntários, outra é procurar o seu contributo. Peça-lhes para elaborar!


Questão 7 – A quem terei eu de responder, e quais são as visões deles em relação ao envolvimento dos voluntários?

É importantíssimo compreender que o seu chefe/gestor esteja na mesma página que você. Se eles não estiverem presentes na entrevista fica desde logo alarmado! E se eles estiverem, não tenham medo de olhar para eles nos olhos e perguntar. Esta pessoa será a sua primeira linha de defesa e de apoio. É uma relação tão fundamental que precisa de garantir que será uma boa relação.


Questão 8 – Qual é a visão da agência sobre a posição/papel do Gestor de Voluntariado no contexto organizacional?

Agora estamos a sair um pouco do papel dos voluntários e vamo-nos concentrar mais no papel do GV (gestor de voluntariado) mais especificamente. Fique a atento e veja se ouve alguma pista que lhe garante se o GV é visto como um alguém importante no contexto organizacional. Será o GV parte da equipa que toma as decisões? Será que esse papel é valorizado e considerado fundamental para agência? Eles consideram o seu papel como sendo de um especialista de GV e será que eles esperam que tu intervenhas e desafies determinadas decisões estúpidas que eles podem estar a considerar no momento? Eles veem o seu papel como aquele que apenas faz o “trabalho chato” de recrutar voluntários ou eles consideram-no um papel mais estratégico?


Questão 9 – Que mecanismos existem que me permitem desenvolver-me profissionalmente?

Certifique-se que pode subscrever a revistas, que participa em conferências e que participa em reuniões da rede. Garanta que a agência percebe que isto é uma parte fundamental do papel e que o desenvolvimento profissional é crucial para o crescimento.

Questão 10 – Peça para falar com uma referência!

Por esta altura eles provavelmente já estarão fartos de si, ou adoraram o seu entusiasmo pelo papel! Então porque não lhes atirar mais uma pergunta!!! Se eles te perguntarem por uma referência, não há regra nenhuma que diz que não podes pedir uma também! Peça o nome de alguns empregados ou chefes de departamento, ou até de voluntários para ver se a retórica que eles lhe estão a dar corresponde à realidade! Se não conseguir nada daí, ao menos ganharás a atenção deles e ficarão a saber que estás a levar a candidatura muito a sério.

Como Gestores de Voluntariado não preciso de lhe relembrar que um processo de entrevista deve ser sempre um processo que vai nas duas direções (… ou preciso?!) e ao perguntar as questões certas há uma probabilidade muito maior que os gestores de voluntariado consigam encontrar um lugar adequado para as capacidades que eles trazem.

Experimentem, eu adoraria saber como correu.

E também gostaria de obter algum feedback sobre esta publicação!